quarta-feira, 1 de junho de 2011

Calhev e a Greve

MOÇÃO DE APOIO Á GREVE DOS PROFESSORES ESTADUAIS DE SC




A estrutura escolar em Santa Catarina está passando por dias de agitação extraordinária. Bem como outros setores do funcionalismo público, a exemplo de Joinville. A maioria dos trabalhadores por todo o estado optou pela paralisação de alguns serviços, como forma de exigir tratamento digno a sua função na sociedade. O governo do estado está em desacordo com a Lei 11.738/2008, que estabelece o piso salarial para os professores do ensino público, pagando muito abaixo do previsto, enquanto cargos administrativos de menor relevância para o bem-estar social, porém mais próximos das decisões contábeis da máquina estatal, usufruem de maior conforto econômico para exercer suas funções. Outras pautas clamam por uma política pública de qualidade para a educação, como o conflito gerado pela falta de concursos para professores, já que existe uma lei exigindo que a cada dois anos se faça concurso para este setor na rede pública, outra que o estado catarinense teima em não cumprir. Nessas condições o governo tem contratado professores, e estes contratos o redimem de arcar com valiosas leis trabalhistas como 13º salário, férias, a não necessidade de pagamento salarial no período em que as aulas são suspensas, como nos meses de janeiro e fevereiro. Sem mencionar a falta de transparência e de cuidado durante a contratação dos/as professores/as, já que ainda existem acusações de que a gerência de ensino esconde vagas e/ ou contrata professores/as sem a formação adequada para as disciplinas que lecionam. Diante disso tudo, há nesta greve a pretensão de pôr à discussão pública quais são as prioridades deste governo e qual a melhor maneira de se promover a educação neste estado e, principalmente, há a atitude corajosa destes/as professores/as em exigir que sejam valorizados seus esforços, para que não mais enfrentem humilhações como a recente medida deste governo de proibir que professores/as comam merendas nas escolas, ainda que toneladas de comidas sejam jogadas fora em várias escolas em troca do vale refeição de R$6 ao dia pra quem trabalha de 8 a 12 horas por diárias. O que nos surpreende não é um governo que tem um engenheiro como Marco Tebaldi à frente da educação, o que nos surpreenderá é se este governo seguir com estas políticas sem que, ao menos, a população se revolte e se imponha diante de tais mazelas. Como pode um estado não cumprir leis? Como pode o estado alegar que não tem dinheiro para pagar suas contas? Pode o cidadão comum também desfrutar destas arbitrariedades, e sair dizendo por aí que não pode pagar as suas contas?

Acreditamos, também, que a atual luta dos professores é de extrema validade, pois o problema encontrado na atual gestão do governo pôde ser verificado em várias outras, atestando que o modo mais eficaz de se fazer política, é a participação direta dos indivíduos, exercendo sua cidadania além do voto. Nós, aqui representados pelo CALHEV, acreditamos que é mais do que justo apoiar a luta travada pelos professores, representados pelo SINTE e por si próprios, quando o mesmo não mais o fizer.

Centro Acadêmico Livre de História Eunaldo Verdi - CALHEV

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