quarta-feira, 1 de junho de 2011

Calhev e a Greve, Parte II

MOÇÃO DE APOIO Á GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE JOINVILLE




Mais de quatro mil pessoas na rua, mais de 60% dos servidores públicos joinvilenses entraram em greve, são os indicativos do sindicato da categoria. Os números são signos evidentes do descontentamento geral, pois os grevistas não são mercenários, são trabalhadores e trabalhadoras que conhecem a sua realidade trabalhista e que estão determinados a se indispor com a gestão executiva municipal, bem como com parte da população, afetando temporariamente a qualidade dos serviços públicos, para a melhoria da mesma. Embora as exigências das condições financeiras estejam mais claras que as demais, entendemos que as reivindicações são justas. Também pensamos ser importante a organização dos trabalhadores do funcionalismo público, de modo a exercer a fiscalização das políticas municipais indicando onde se encontram os problemas a ser solucionados, contudo o excessivo uso da figura do atual prefeito Carlito Merss por parte dos manifestantes pode maquiar a realidade de que esta contenda travada pelos servidores é, também, o resultado de descasos das gestões anteriores. Não estamos assim buscando eximir o atual prefeito de sua responsabilidade, porém gostaríamos de lembrar a existência do risco eminente de que manifestações de grande porte estão sujeitas às inúmeras utilizações, inclusive por gestões anteriores que nada fizeram para solucionar os problemas do funcionalismo público joinvilense. Contudo, de modo algum, intentamos desvalorizar as lutas dos servidores, muito pelo contrário, só desejamos acrescentar.

Assim sendo, atestamos que o modo mais eficaz de se fazer política, é a participação direta dos indivíduos, exercendo sua cidadania além do voto. Nós, aqui representados pelo CALHEV, acreditamos que é mais do que justo apoiar a luta travada pelas e pelos servidores, representados pelo SINSEJ e por si próprios, quando o mesmo não mais o fizer.

Centro Acadêmico Livre de História Eunaldo Verdi - CALHEV

Calhev e a Greve

MOÇÃO DE APOIO Á GREVE DOS PROFESSORES ESTADUAIS DE SC




A estrutura escolar em Santa Catarina está passando por dias de agitação extraordinária. Bem como outros setores do funcionalismo público, a exemplo de Joinville. A maioria dos trabalhadores por todo o estado optou pela paralisação de alguns serviços, como forma de exigir tratamento digno a sua função na sociedade. O governo do estado está em desacordo com a Lei 11.738/2008, que estabelece o piso salarial para os professores do ensino público, pagando muito abaixo do previsto, enquanto cargos administrativos de menor relevância para o bem-estar social, porém mais próximos das decisões contábeis da máquina estatal, usufruem de maior conforto econômico para exercer suas funções. Outras pautas clamam por uma política pública de qualidade para a educação, como o conflito gerado pela falta de concursos para professores, já que existe uma lei exigindo que a cada dois anos se faça concurso para este setor na rede pública, outra que o estado catarinense teima em não cumprir. Nessas condições o governo tem contratado professores, e estes contratos o redimem de arcar com valiosas leis trabalhistas como 13º salário, férias, a não necessidade de pagamento salarial no período em que as aulas são suspensas, como nos meses de janeiro e fevereiro. Sem mencionar a falta de transparência e de cuidado durante a contratação dos/as professores/as, já que ainda existem acusações de que a gerência de ensino esconde vagas e/ ou contrata professores/as sem a formação adequada para as disciplinas que lecionam. Diante disso tudo, há nesta greve a pretensão de pôr à discussão pública quais são as prioridades deste governo e qual a melhor maneira de se promover a educação neste estado e, principalmente, há a atitude corajosa destes/as professores/as em exigir que sejam valorizados seus esforços, para que não mais enfrentem humilhações como a recente medida deste governo de proibir que professores/as comam merendas nas escolas, ainda que toneladas de comidas sejam jogadas fora em várias escolas em troca do vale refeição de R$6 ao dia pra quem trabalha de 8 a 12 horas por diárias. O que nos surpreende não é um governo que tem um engenheiro como Marco Tebaldi à frente da educação, o que nos surpreenderá é se este governo seguir com estas políticas sem que, ao menos, a população se revolte e se imponha diante de tais mazelas. Como pode um estado não cumprir leis? Como pode o estado alegar que não tem dinheiro para pagar suas contas? Pode o cidadão comum também desfrutar destas arbitrariedades, e sair dizendo por aí que não pode pagar as suas contas?

Acreditamos, também, que a atual luta dos professores é de extrema validade, pois o problema encontrado na atual gestão do governo pôde ser verificado em várias outras, atestando que o modo mais eficaz de se fazer política, é a participação direta dos indivíduos, exercendo sua cidadania além do voto. Nós, aqui representados pelo CALHEV, acreditamos que é mais do que justo apoiar a luta travada pelos professores, representados pelo SINTE e por si próprios, quando o mesmo não mais o fizer.

Centro Acadêmico Livre de História Eunaldo Verdi - CALHEV