quinta-feira, 1 de outubro de 2009

"Deus está morto!" Graças a Deus!

Há algum tempo atrás, alguns homens bradaram “Deus está morto!”. Entre os que se utilizaram dessa frase (literalmente ou não), figuram alguns dos mais importantes nomes da Filosofia e das ciências humanas.

Tal afirmação vinha de encontro à novas idéias, um mundo novo se descortinava perante os olhos e mentes das pessoas. Era o Iluminismo, o século das luzes! Uma cultura obscura, que amordaçava o saber científico (ao menos em boa parte) ficava para trás. A Idade Média, a “era das trevas” era enfim subjugada e superada.

Uma das principais instituições (senão a principal) que figurou durante a Idade Média, a Igreja Católica Romana, tornava-se agora o alvo desses estudiosos, desses homens do saber. Com toda a razão, eles atacavam os dogmas da igreja do Papa, suas ordens, suas teses e ensinamentos. Criticavam ferozmente também a hierarquização da Igreja, a inquestionabilidade papal. E, do ponto de vista bíblico, eles estavam corretos!

Entretanto, quando foi dito “Deus está morto”, eles não estavam errados, apenas atrasados. O “deus” que eles negavam, já era morto faz tempo, era um deus institucional, criado por uma igreja corrupta, que apenas servia para subjugar a liberdade humana, e que nunca foi vivo. Era um deus cujo filho tinha feições suaves e europeizadas, com olhos azuis e pele clara, não foi um marceneiro de origem árabe-judaica.

O Deus vivo, libertador, era presente na vida dos perseguidos, dos queimados nas fogueiras inquisidoras; estava junto às prostitutas, aos que expressavam e professavam a fé de modo vivo, verdadeiro; assim como é presente a figura de Jesus nos Evangelhos, ao lado dos excluídos, dos párias de uma sociedade hipócrita e mesquinha.

Deus com certeza não estava nas vendas de indulgências, nos ritos frios e mecanizados, exclusórios, feitos em uma linguagem que a grande massa não entendia (o latim), nos massacres e guerras feitas em nome d’Aquele que veio trazer a vida. Assim como Deus não está hoje ao lado daqueles que arrecadam quantias vultuosas em nome da salvação, nem daqueles que enganam o povo, seja através da mídia, do palanque eleitoral, da sala de aula ou do altar.

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